segunda-feira, 2 de maio de 2011

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Grandes expectativas

Li um livro essa semana que me deixou com os quatro pneus arriados: O Meio do Caminho- Kelly Corrigan.Ele fala das relações familiares,principalmente relação de pai e filha,e nós bem sabemos o quanto complicadas elas podem ser.O livro me deixou cheia de inveja né? porque nesse livro a autora narra de uma forma tão maravilhosa essa relação,ela realmente teve um pai incrível,o pai que eu não tive,mais o pai que eu quero que a Helena tenha.

A minha relação com meu pai é tão distante,tão cheias de cobrança,tanto rancor,mágoa,dor...um dia tivemos uma relação incrível e ele já foi meu herói,mais em algum momento,lá atrás,isso desapareceu e até hoje me pergunto quando foi? quando foi que eu perdi meu herói?

Sou a filha mais velha de 4 irmãs,já viu né? em algum momento claro que ia perder a vez,até porque eu crescia primeiro,perdia a graça primeiro,me tornava adulta primeiro,as atenções claro,que iam mudar,mais eu bem que queria q esse dia não tivesse chegado.

Tem uma frase desse livro que quando eu li,chorei igual uma criança no metrô,juro que as pessoas olhavam pra mim e deviam estar pensando que eu deveria estar lendo algo muito emocionante,mais nem chorei pelo livro,chorei por mim,a frase é mais ou menos assim:

"Todos os documentos - certidão de casamento,um documento reconhecido em cartório,certidão de nascimento do seu filho,e anos de imposto de renda - indicam claramente que você é adulto,mais mesmo assim você esta lá,segurando o telefone ,dando graças a Deus por ser filha de alguém"

E é isso,há momentos que você só quer ser filha de alguém,e não carregar nos seus ombros a responsabilidade do mundo,ser adulto o tempo todo é chato,dá trabalho demais.

Esse livro me deixou a beira de uma "mini deprê",nunca pensei tanto no meu pai em uma semana,pensei nele o tempo todo, de segunda a sexta e falei nele e falei dele todos os dias,só não falei com ele,complicado.

A gente acredita que consegue viver sem os nossos pais,sem a presença deles,mais digo que a gente não vive,a gente sobrevive,e isso é péssimo,isso é uma merda viu?

Vocês podem estar se perguntando o porque de estar escrevendo algo que não tenha nada haver diretamente com as minhas "aventuras" na maternidade,mais é que isso ,essa história,a falta que meu pai faz,essa parte de que ele não faz parte da minha vida,que mal conhece a minha filha,isso tem tudo haver com a educação que eu darei pra Helena,e como eu vou querer e vou cobrar e vou exigir que o Marido ,seja o herói dela,nós as "meninas" as filhas" só queremos um Herói,e o que eu mais quero é que minha Potoquita tenha o dela,que ela possa ser cúmplice dele,que possa deitar no seu colo pra chorar as dores do mundo e tbm as alegrias,que ela confidencie coisas pra ele que nem pra mim forem confidenciadas,que ela fale "mal" de mim pra ele,porque eu inevitavelmente serei a parte chata da história dela,até ela entender que tudo que eu fiz foi pro bem dela,ahh isso vai demorar.Então que ele seja o máximo pra ela,mesmo que seja um de faz de conta,que ele seja pra ela exatamente o que é pra mim; Meu amor,meu herói.




ps: se puderem ,de verdade,leiam esse livro!

2 comentários:

Sophia Pavão de Abreu da Silva disse... [Kaka respondeu]

Nossa esse Blog não veio à aparecer no meu mundo virtual a toa!
Lendo muitos dos seus artigos vejo um pedacinho de mim neles também!
Você escreve de uma forma tão impar e sincera que parece que te conheço pessoalmente e de varios anos...
Esse post me emocionou profundamente...E olha que tenho uma relação otima com meu pai mas você acaba com a pessoa...
Escreve com uma franqueza,uma simplicidade que só quem não tem coração não se emociona.

Um grand beijo em você e na sua família.

Se puder veja meu Blog em fase experimental/embrionária mas para conhecer minha filhota Sophia!

http://blogdafilhona.blogspot.com/

Dani Castro 80 Royal disse... [Kaka respondeu]

Kaka...
Tive alguns problemas com o pai da minha filha e todas as amigas que não tiveram o pai presente em suas vidas puxaram a minha orelha para que eu deixe a Sophia ter o tempo dela com o pai.
Meu pai é o meu herói o meu exemplo de paizão e parece que ele quis escrever uma história diferente da qual o pai dele o transmitiu. Não vejo meu pai contar casos de férias, ou brincadeiras com meu avô. Era um homem que só trabalhava e tinha o seu lazer longe da esposa e dos filhos. Isso é muito triste. Meu pai tem boas lembranças da infância com os irmãos, tios e primos até com o avô mas nunca mencionou o nome do pai dele.
E realmente ele fez bem diferente. Ele faz questão de dar todo o apoio pra mim e meu irmão e como avô então ele é o MAXIMO! Sou mãe solteira e ele é o pseudo-pai da neta. UM AMOR SÓ!
Desejo que sua filha tenha essa figura paterna em sua vida. Pois é tudo de bom. Feliz dia dos pais pro MARIDO. bjos da Dani e da Sophia